quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Esquema do PND/Madeira

             A candidatura de José Manuel Coelho é indissociável do PND e do projecto que conduziu na ilha da Madeira à eleição de José Manuel Coelho como deputado ao parlamento regional.
            O PND/Coelho é uma decorrência da “grande crise” económica e o produto do agravamento das tensões e contradições vivas na sociedade. É neste contexto que fenómenos como o do PND/Coelho se transformaram numa agressiva catalização dos desencantados do mundo.
            O PND/Coelho é composto por anteriores dirigentes ou militantes de partidos da direita e da extrema-direita. Aglutinaram sectores dos mais conservadores no campo social e político, pessoas ligadas aos grandes senhorios da Madeira, apoiantes do fascismo, provenientes do antigo regime que transitaram para os partidos da direita no pós-25 de Abril de 1974. Algumas dessas pessoas representam famílias insatisfeitas pelo facto dos seus interesses económicos nem sempre terem os apoios que reivindicam. Sempre combateram duramente tudo o que é social, tanto no socialismo como na social-democracia. Por isso, desenvolvem uma campanha inexorável contra tudo o que possa ser ou parecer “social”, de modo a priorizar tudo o que possa ser ou parecer “económico”.
            Hoje dizem querer o florescimento da liberdade e apresentam-se como guardiães e arautos da democracia. Usam uma aparente e ensaiada despreocupação ideológica. Dissimulam as suas raízes ideológicas. Procuram parecer exteriores ao sistema político e às organizações partidárias, embora se constituam em partido. No seu discurso apenas conta o exacerbar e o radicalizar o desencantamento do mundo. Fazem por não ter propostas, projectos, alternativas. Apenas lhes basta o discurso da manipulação iconoclasta, do anti-poder.
            Nunca ninguém encontrou da parte do projecto PND/Coelho qualquer esforço pelo desenvolvimento de acções de luta ou dinamização das massas, das populações, dos trabalhadores, dos pobres, dos sem direitos. Não há um qualquer esboço de necessidade de organização ou de mobilização. Aparecem sempre os mesmos com o Coelho, o “grupo do táxi”, em acções para a Comunicação Social.
            Projectos como o do PND/Coelho transformam-se numa activa e agressiva cultura política, envolvendo os interesses dos grupos e classes ou sectores de poder dominantes, em geral mobilizando sectores da burguesia, capitalistas e sectores sociais médios e, em certos casos, também operários e camponeses. Usam preferencialmente uma linguagem do confronto assente na estetização da violência. Recorrem à manipulação da imagem, o apelo a cenas surpreendentes e impactantes, através de cenas chocantes ou brutais. Usam a imagem como forma excepcional de comunicação de modo a causar impacto, para desafiar as emoções, potenciando cenas ou sequências inspiradas em factos reais ou em registos de acontecimentos, mas acentuando principalmente um aspecto, o que se supõe como espectacular ou que fabricam como espectacular.
            Desta forma o “jardinismo” tem neste projecto Coelho/PND uma ferramenta útil para a sua perpetuação. O regime sente que todos os apoios indirectos devem ser facultados ao PND/Coelho como factor travão a outras eventuais alternativas políticas. Aliás, o projecto Coelho/PND apresenta-se para o regime jardinista como meio para o sangramento eleitoral do PS, em especial.
            Portanto, não há-de gerar grande perplexidade esta constatação de que ao projecto Coelho/PND corresponde uma linha estratégica de valorização da parte de Alberto João Jardim e do seu regime.

1 comentário:

  1. A teoria da conspiração de um menino socialista!! Bate em todos menos no PS e nos outros dois tristes da esquerda!

    O PS ESTA COMO ESTA POR CULPA PRÓPRIA!!

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